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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Divagando sobre o Conhecimento

Até onde nossa arrogância mortal pretende ir? Porque desejamos tanto conhecer o indescritivelmente puro? Estamos constantemente fugindo de nossas raízes humanas, somos as novas "Evas" dos tempos modernos. Vivemos tentando comer do "fruto proibido", sem medir esforços, consequências ou mesmo calculando riscos. Ao homem foi dado o dom da inteligência sobre a criação, foi lhe dado discernimento para escolher o caminho mais acertado. Mas será que não há limites para esta busca? Já diziam nossos avós: "Tudo tem limites", ou então "Tudo demais é veneno", avisos simplórios de gente simples, modesta, mas que em seu íntimo sabe que há uma barreira que não se deve ultrapassar. Se vives contemplando a benção, porque arriscar a maldição? Será assim tão ruim viver em um caminho especialmente feito para nós, com amor e carinho? Não irmãos, não é ruim, somos infinitamente inconformados com o apenas " bom ", queremos sempre o melhor, e mais, mais, mais... fatalmente nos vemos tentando pular essa barreira do conhecimento e caindo do outro lado, machucando-se e sendo arremessado de volta de onde não deveríamos ter saído. Vale a reflexão para hoje, não tem haver com conformismo, tem haver com limitar-se ao imperfeito, somos imperfeitos, alguém duvida? Como o imperfeito entenderá as nuances do primeiro, do único absolutamente perfeito, daquele que gerou o ar que corre em teus pulmões. Jamais ocorrerá, e não tendo dúvida da perfeição do Senhor de todas as coisas, sabes bem que no instante que conseguires ultrapassar essa barreira, serás derrubado como se sopra um pena ao vento. Perderá a oportunidade de mais uma vez conviver com o perfeito, não ser ele. Lute contra essas amarras que te empurram no abismo da imoralidade científica e filosófica, sufoque esse sentimento de adulteração de tuas limitações, não é ruim ser limitado, ruim é querer ultrapassar limites que naturalmente te farão mostrar-se ínfimo diante das coisas celestiais. És amado justamente por ser pequeno, grandioso apenas aquele que te deu a vida.

Pai Boanerges de Ogum


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Mágoas, quais?

Custa-nos compreender o lugar do outro. Fazemos de nossas vidas eternas histórias incompletas, pela ausência de caridade no que tange aos irmãos de jornada. Quando o sofrimento é nosso, somos vorazes justiceiros dos outros e do mundo, somos doentes pela justiça que permitiu esse sofrimento. Mas quando o sofrimento é alheio, frases lógicas e soluções facílimas, não nos deixam compreender "porque sofrer por tão pouca coisa". Cristo nos disse: "Amai ao próximo como a si mesmo", mas na prática, fazemos pouco caso de tudo que não mexe com nossa pseudo tranquilidade. Veja como tua fé te conduz, seja coerente com suas orações, "...perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos nossos devedores". Se colocar no lugar do outro por breves minutos, pode te trazer benefícios imensuráveis à alma, é luz da misericórdia divina manifestando-se sobre teu corpo material. Vamos exercitar a caridade da alma, vamos repensar todas as supostas mágoas de nossos corações e acima de tudo, buscar solução ao vácuo de nossos corações, não engane a si mesmo, falta um pedaço e só a verdadeira caridade cristã te preencherá com o sublime amor do Criador.

Pai Boanerges de Ogum


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Superação nas Feridas da Vida

Ânimo! Trago a todos a boa nova não tão nova. Tens um Pai zeloso e maravilhoso, que diariamente dá aquela espiada para ver como está caminhando. Tal como ensina teus filhos a andar de bicicleta, assim te ensina teu Pai. Cambaleia, treme de medo, cai e abre feridas, logo você corre para socorrer teu pequenino. Como é grandioso o dom do amor de Deus. Assim é com você, cambaleia nas escolhas da vida, treme diante do desconhecido, cai e abre feridas pelos caminhos mal escolhidos, eis que corre teu Pai a te amparar, enxugar-te as lágrimas e te colocar a pedalar novamente, não sem um: "Vamos filho, você tá indo bem! Você consegue!". Lembra quando você era o aprendiz? Seus pais diziam:"Não olha para trás, eu tô aqui!", quão grandiosa é a entrega e o cuidado do Senhor. Poxa irmão, qual ferida não seca e torna-se pedaço de ti novamente? É a perfeição do amor, que tal essa experiência? Na próxima vez que se machucar, que tal observar aquela feridinha? Primeiro coagula o sangue e param as lágrimas de dor, seguidamente forma-se uma camada fina para proteger de novas infecções, aí vem o grande arremate, cria-se uma grossa e áspera casquinha que antecede a regeneração completa, detalhe que a nova pele é mais limpa e mas forte. Ei irmão, que tal ser essa feridinha? Quantas vezes teve seu ego aberto como uma grande ferida, ou mesmo seu orgulho, ou ainda sua fé? Meus irmãos queridos, quanto amor doado a vossas jornadas diariamente, sempre te tornando mais forte e limpo diante das arestas que te feriram. Quantas vezes pensou em desistir mas coagulou o desânimo, inexplicavelmente, apenas cessou as lágrimas de dor, olhou-se no espelho e disse: "É hora de seguir!". Graças e bençãos são sempre despercebidas meus irmãos, já as feridas ganham sempre nossa maior atenção. Que tal se concentrar na "casquinha" que cedo ou tarde chegará? Vamos em frente e avante, nosso Pai tá atrás lembra? Ele jamais te deixará machucar-se além de tuas forças. Agradece olhando para o alto, chora mas de alegria, pois aquela ferida significa que és amado, que poderia ter se machucado grandemente. Todo dia é chance de novo recomeço, vamos além, vamos com fé, vamos com Deus!


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Meus olhos em outros olhos

Ir além daquilo que almejamos, caminhar mais calmamente observando a nossa volta. Idas e vindas não nos convencem, precisamos sempre do mostrar-se para que nossas palavras ecoem por entre os nossos. Lamentos e choros não mais submergem-se em lágrimas, ao contrário, no sorriso cínico e na indireta maliciosa nos vemos felicitados por prazeres mesquinhos. Um sorriso, um beijo, um carinho em um estranho, isso tudo demonstra o tamanho da tua tristeza, quando mostra com os olhos o que sente o coração. Vai além, busca na ternura alheia a atenção egoísta à tua presença, não vale o sentir, o merecer, o estar com alguém, mais vale a sensação de ser notado. E na escuridão da tua solidão, sente presente a brisa do amor divino, indescritível, inegável misericórdia para aquela tua ânsia em ser mais que alguém. Fecham-se os olhos, novamente a escuridão, o coração aflito pelo porvir, demente e doente, sua mente devaneia sobre os mistérios da criação. Eis que aquela brisa de outrora, te cerca como um abraço, na escuridão de teus olhos fechados vê um imenso, um enorme formigueiro. O que significa, o que esse vento maravilhoso quer me dizer? E no meio de tantas formigas pequeninas, reconhece uma, intranquila, irriquieta, franzina porém imperiosa, todas trabalham incansavelmente, mas aquela formiguinha insiste em perturbar a harmonia, em desfazer o perfeito, em irritar o caloroso funcionar de seus pares. Estranho, sinto-me tão parecido com esta formiguinha, porque brisa querida a me abraçar? Sopro suave sente em seus ouvidos, uma aliviante sensação de resposta, não só a ínfima pergunta, mas parece uma resposta para toda uma existência. A escuridão dos olhos fechados vai desaparecendo, o formigueiro vai sumindo esfumaçado, mas a brisa permanece lá, uma luz radiante encandeia o impossível, não dá para fechar os olhos, pois já estão. Da luz forma-se uma flor, que se distingue de qualquer outra que já tenha visto, beleza incalculável diante da miserável figura personificada humana na minha história. A formiguinha, era eu, a flor era meu Pai a me dizer "Estou contigo, vamos mudar?". Abrem-se os olhos, percebe-se que o que passou não pode ser mudado, mas um alívio no peito demonstra o início de um novo começo, uma nova história a ser escrita sobre as linhas do amor de Deus.

Ricardo Passos de Alencar
Pelo Médium e Sacerdote de Umbanda
Pai Boanerges de Ogum


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Cartas do Alto



Meu filho, não faça da tua vida desgosto para tua eternidade. Não culpe a minha memória pelas más escolhas que fizeste quando parti. Sabes bem que sempre te coloquei a caminhar pela estrada da fé. Foste renitente e mesmo sabendo que minhas palavras não soarão familiares a tua atual condição, digo a ti querido, ainda há tempo. Não te entregues, não faça da tua jornada mera passagem sem luz, não se coloque como algoz na vida alheia. Seja firme, seja carinhoso, estou aqui para te provar que nada daquilo que sempre cremos vira realidade. A única realidade verdadeira é o amor de Jesus por nós. Oro por ti diariamente e mesmo sabendo que ainda persiste em escolhas difíceis, peço a intercessão de Nossa Senhora sagradamente diária para ti. Guto meu bebê, lembra quanto vivemos em amor e lembranças, mesmo sabendo e te dizendo que amei-te em demasia, este foi meu erro, não te preparei para enfrentar a vida sem mim. Já me senti culpada por isso creia, mas hoje tento reanimar meu espírito te enviando boas orações e vibrações, tenho me tratado muito desde que parti do teu convívio. Não lembre de mim como a mãe relapsa que fui na sua educação, ouve aqueles que ainda te querem bem, ouve a tua avó, teus tios, tua namoradinha, que apesar de imatura tem bom coração e gosta de ti. Não sei se ainda poderei falar-te através desses amigos que me guiaram por aqui, mas saiba que te amo ainda mais, te amo ainda melhor e verdadeiramente. Reze filho, lute contra todas essas tentações que te seguem. Sou por ti e Deus também.

Da tua mãe coruja,
Maria das Graças Justino

Pelo Médium e Sacerdote de Umbanda
Pai Boanerges de Ogum