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sexta-feira, 25 de junho de 2021

O Resgate da Solidão

Por mais dolorosa que seja a partida, reconheci-me invisível onde jamais fui notado. Ainda assim brota em meu peito certo ar de leveza e paz. Por muito tempo meditei e refleti sobre essa nova condição. Eu comigo mesmo e o eco da solidão, que velha conhecida se fez presente nessa fase de luto vital. Aqueles que ficaram, ora meros coadjuvantes da minha história, hoje choram sobre meu túmulo, mesmo assim ainda banho-me nas águas da misericórdia divina. Sob a terra um corpo que nunca senti meu, vejo-me como alguém que retorna a origem da vida. Não mais lamento pelo que não fiz ou pelo que poderia ter sido, mas espero na santidade de meu Pai o destino de minha eternidade. Pode ser óbvio mas é a primeira vez que não falo com minha sombra, assim tenho feito desde o desencarne há quase uma década, esperando pacientemente o abraço amoroso e caloroso de meu Pai. Se a angustia me tomou em algum momento não lembro, pois em meu peito pulsa um coração que não posso apalpar, estranhamente exaltado por aqui estar, por essas singelas linhas poder transmitir nada além do que pude sentir. Pobre, desgarrado, desamparado, miserável, traços de um sofrimento que afirmava a mim mesmo serem suficientes para a minha salvação. Tolo! A pobreza verdadeira estava além daquilo que padecia a matéria. Fustiguei enquanto pude minha falta de fé e esperança, desdenhando da Santíssima Sabedoria. Fugi, corri, me escondi sempre achando que do selo do destino poderia escapar. E quando me cansei, esperei, a certeira punhalada de outra pobre alma que ajudei a perder. Pago, paguei e pagarei com muita satisfação com a minha solidão, pois em meio a tanta podridão, nunca fui capaz de amar. E rezar era ato involuntário e sem amor verdadeiro, corrompendo a cada verso ainda mais a minha alma já sangrenta de toda uma vida na escuridão. Vejo agora uma pequena luz, tão clara e brilhante, pequenina e grandiosamente calorosa. Sinto esquentar-me o envoltório dessa etapa e ainda mais ansioso do porvir. 
O Senhor é minha luz, a minha fortaleza. Senti-vos pois abençoados pela minha felicidade, pois eis que em nova oportunidade retornarei a evoluir, a amar, a amparar e a pregar tudo que não fiz em boa hora vivida. Pois eis que vos deixo meu saudoso e fraterno abraço e que o Senhor possa vos dar ainda mais luz para que outros miseráveis como eu fui, sejam limpos e levados ao rebanho do Criador. Fiquem em paz.

Cruz e Sousa
Um amigo,

Por Boanerges Teixeira 

Entrega teu Coração e te darei a Vida Eterna


Foste chamados a semear, a ti foram dadas capacidades e dons que há muitos lhes faltam o mínimo para evoluir, para se defender e para amar o próximo. Eis que mais uma vez és convidado a sentar-se a mesa. Dessa vez não te sentou no lugar mais privilegiado como em outros tempos, simplesmente rejeitou o convite divino a ceiar. Acaso vê-te como melhor ou pior que qualquer um de teus irmãos? Tantos deles aflitos por uma migalha de compaixão, tu com tanto e oferecendo tão pouco. Já não amadureceu a carne o suficiente para que o espírito possa finalmente portar-se verdadeiramente como lhe foi designado? Vim a ti pessoalmente entregar novo convite, este um pouco mais contundente em virtude dos tempos que vivem na Terra. Coloca-te a disposição dos santos trabalhadores e te senta no último assento da ceia, mas senta-te! Busca ouvir mais e falar menos, ora mais e ensina menos a orar. Escuta a voz dos santos a ecoar por toda a seara divina, não precisa de dons especiais, "Quem tem ouvidos para ouvir que ouça". O que te parece essas sagradas palavras ditas pelo mestre dos mestres? Àqueles de coração puro será dado herdar a Terra. Mente sã, corpo são, vós dizeis em alto e bom som. Pois então porque não praticais vossas próprias máximas? Padece o corpo de mente adoecida, pois trata de equilibrar-te no que realmente é importante nesse momento e teu corpo responderá em um equilíbrio perfeito de conexão com o teu verdadeiro EU. Sede a luz que não deve se apagar, esteja sempre aberto e atento aos mais aflitos e caberá a ti conduzir o rebanho a nova aurora do mundo novo.

De um mestre,
Por Boanerges Teixeira