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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Solidão, um Estado de Espírito


Limitados por nossa consciência material, entramos em enlaces frustrantes por toda a jornada neste plano. Nada ou pouco me lembro dessa etapa já superada, poucas dores e alguma saudade me abatem vez ou outra. Aprendi muito desde meu despertar, muitos bons amigos fiz e estou indo bem comigo mesmo, me sinto mais leve e menos emblemático com o sentido da encarnação. Foram muitos e muitos anos de flagelo e aflição, solidão profunda quando não estava afundado em milhares de vozes falando ao mesmo tempo. Fui espírita, esperei muito até por essa nova fase, esperei meus guias, até mesmo ver o tal umbral que tanto se falava nas reuniões. Mas só conseguia ver a solidão, por mais que eu caminhasse não chegava a lugar nenhum, nenhum ser vivo para ver ou conversar. Impossível contabilizar os dias, pois horas parecia que nunca anoitecia, outras vezes parecia que não ia mais amanhecer. Minhas projeções mentais eram a sequela daquilo que senti quando encarnado. Por vezes sentei e somente esperei, outras dormi sem fechar os olhos, isso sim é péssimo, uma tortura sem fim. E quando finalmente resolvi parar e refletir à luz de meus ensinamentos, não vi muita conformidade ou coerência com a situação que estava vivendo, mas me serviu para perguntar a mim mesmo: "Quem sou eu?". Comecei a rever cada momento encarnado, dias inteiros em cada detalhe, cada dia de trabalho, cada dia em casa. Nunca casei, ou mesmo tive filhos, e então me perguntei: "Mudou tanto assim?", foi aí que minhas reflexões realmente fizeram algum sentido. Nada tinha mudado, a ausência do envoltório físico tirou-me apenas a distração dos olhos, pois nunca fui social com meus semelhantes, mesmo aqueles que gostavam muito de mim. Passei boa parte da vida sem sorrir de verdade, sem chorar de verdade, sem buscar conviver com a melhor parte de ser encarnado: conviver é viver. Hoje depois de tantos e muitos anos de reflexão, me sinto bem melhor, apareceu-me um bom amigo desconhecido até então, que perguntou-me a pergunta de uma vida: "Está pronto para viver?". Com grande alegria e olhos marejados respondi um enorme SIM! Ele me levou a um local onde a luz cegava os olhos no primeiro contato, mas reluzia na beleza de meus semelhantes o amor de Deus que acabara de descobrir. Desde então não consigo mais ficar só, deixar de contar uma piada, um causo como diz meu amigo Roberto, ele foi quem me ensinou que o melhor da vida não está naquilo que você pode tocar, nem naquilo que você pode ver ou ouvir, mas está em conviver com nossos semelhantes, aprender e ajudar aprendendo. Conversar, gargalhar, jogar conversa fora mesmo fora de todo foco de muitos estudos que fazemos por aqui. Por isso deixo aqui a minha história e o meu desabafo feliz...VIVA! Converse, chore, sorria, seja humano. Todo ensinamento é valioso, o que nos falta é o contexto, por isso hoje vejo que tudo que li no centro espírita que frequentava passou a fazer sentido. Independente de sua crença, acredite você está ai por alguém, por algo, não por si ou para si. Veja Deus no sorriso alheio, seja Deus no prato de comida do faminto, aja como Deus cobrindo alguém que passa frio, e principalmente converse MUITO!

Mensagem em 27/06/2019
Cláudio Sobreira

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